Simba Safari reabre em SP com promessa de passeio ambientalmente correto e relações 'humanizadas' com animais

  • 03/08/2025
(Foto: Reprodução)
Passeio animal: um giro pelo novo Simba Safari O cinquentão Simba Safari é meu contemporâneo dos primórdios dos anos 1970. O parque foi idealizado por Chico Galvão, uma espécie de aventureiro paulistano que viveu na África aos 20 e poucos anos e, de volta ao Brasil, criou um espaço em São Paulo onde os visitantes pudessem circular entre os animais. A proposta soa desafiadora considerando principalmente que, entre esses bichos, reinava o carnívoro leão, a menina dos olhos de Galvão – e que continua exercendo fascínio sobre pessoas de diferentes perfis e idades. Os leões causam euforia sobretudo entre as crianças durante o passeio. Edson Valente/g1 SP O Simba, localizado na Avenida do Cursino, 6.338, na Zona Sul, marcou a infância e a adolescência de muitos adultos de hoje. Crianças e jovens dos nossos dias, por sua vez, ficam espantados ao ouvir histórias dos passeios pelo parque há 30 ou 40 anos, época em que era possível até mesmo entrar com o próprio carro na trilha entre a bicharada. Estive lá aos 20 e poucos anos. Lembro-me de macacos subindo pelo teto do carro. Não estou alucinando: ocorreu de fato. Funcionários do Simba atual me contaram que já se depararam com relatos semelhantes de pessoas mais velhas, pontuados por tetos e capôs que saíam amassados do tour justamente por uma proximidade indevida com os bichinhos. Uma colega de redação, alguns anos mais nova do que eu, mas que não é millennial nem Geração Z ou Alfa, me confidenciou que, em sua visita de criança ao parque, havia até venda de comida – ela não se recorda se ração ou amendoins – para dar aos macacos. O antílope cervicapra é originário da Índia e do Paquistão. Edson Valente/g1 SP Nem pense em tentar algo assim no Simba hoje. Após mais de 20 anos desativado em sua proposta original, o parque foi reaberto em 23 de julho em um formato fielmente inspirado em safáris africanos e no parque temático Animal Kingdom, da Disney. O modelo é bem mais adequado às exigências atuais de respeito e proteção à fauna e à flora. Os visitantes percorrem em grupos os cerca de 4 quilômetros de trilha, acomodados em caminhões e municiados de informações por educadores, que conduzem o passeio com uma narrativa fluida e bem-humorada sobre características e peculiaridades de cada espécie, em uma "sensação encantadora de imersão", como descreve a coordenadora de educação do Simba, Tays Izidoro. Uma dessas guias é Jheniffer Sousa, que possui o dom de interagir com a criançada em momentos que se propõem mais lúdicos. “Essa zebra é branca de listras pretas ou preta de listras brancas?”, pergunta, quando o equino de origem africana surge em cena. Após ouvir alguns palpites, entrega o segredo para a resposta certa: como a barriga da zebra é branca, essa também é a sua cor, sendo as listras, pretas. Outra interação desse tipo se dá na passagem pelas instalações do “camelo ou dromedário?” “É só checar o número de corcovas”, explica a guia. O camelo tem duas, e o dromedário, só uma. Cervos fazem parte da fauna do Simba Safari. Edson Valente/g1 SP Se o propósito é mesmo uma relação mais, digamos, humanizada com os animais, quem vai ao Simba precisa saber de antemão que talvez não veja todos os habitantes do lugar durante a meia hora ou 40 minutos de seu passeio. Afinal, se as instalações e o formato de interação adotado priorizam o bem-estar das espécies, é válida para elas, na medida do possível, a máxima do “meu espaço, minhas regras”. Assim, no dia em que fiz a visita – uma sexta-feira chuvosa –, a onça e a girafa não puseram a cara – e, no caso da segunda, o imponente pescoço – para fora de suas casas. Os hipopótamos, para desagrado de uma visitante do caminhão que disse, em alto e bom-tom, serem seus favoritos, permaneceram submersos durante nossa passagem. Avestruzes também podem ser vistas no Simba Safari. Edson Valente/g1 SP Um tamanduá-bandeira, no entanto, se exibiu por completo trepado em um dos portões de transição entre as áreas. Ver os leões também não foi difícil: três machos e três leoas ocupam uma área de destaque no parque, podendo ser admirados mesmo através das grandes vidraças do prédio que abriga a loja de souvenirs e deverá receber um restaurante. Desenvolta também foi a aparição de um lobo-guará, que avançou rapidamente por um caminho lateral, à direita do caminhão, e em seguida parou para nos observar. É possível que ele tenha entendido algo que nós, humanos, muitas vezes deixamos escapar nessa experiência: trata-se de uma via de mão dupla, quase que uma tentativa de convivência, naquele ambiente próximo do selvagem, entre diferentes espécies que habitam o planeta. Representantes de uma delas, a do Homo sapiens, se agrupam em veículos, em um misto de curiosidade, admiração e encantamento, para observar indivíduos de outras naturezas, ou de uma mesma natureza – e ser também por eles observados. Abrem-se, então, caminhos para novos aprendizados, neste ecossistema terrestre que renova seus valores e encara a cada dia diferentes desafios. Em sua inocência, uma criança perguntou, na chegada, por que não havia um urso polar no Simba. Quem sabe por ali não ser o melhor lugar para ele estar, em termos de adaptabilidade. Sendo assim, sua ausência no parque talvez aponte sinais de evolução – da nossa espécie, no caso. SERVIÇO: 📅 Quando? Todos os dias, das 8h às 18h (último embarque no caminhão às 17h30) 📍 Onde? Simba Safari | Avenida do Cursino, 6.338 - Vila Moraes, Zona Sul 💲 Quanto? Compras antecipadas (mínimo um dia): R$ 89,90; compra no dia: R$ 119,90; meia entrada: R$ 59,90 (profissionais de educação da rede pública ou privada; estudantes com documento no padrão nacional da Carteira de Identificação Estudantil (CIE); pessoa com deficiência e acompanhante; idosos; crianças de 4 anos a 13 anos e 11 meses mediante apresentação de documento de oficial (RG). Crianças de até 3 anos e 11 meses e aniversariantes do dia acompanhados de um pagante (inteira) têm entrada gratuita ➡️Mais informações e ingressos

FONTE: https://g1.globo.com/guia/guia-sp/noticia/2025/08/03/simba-safari-reabre-em-sp-com-promessa-de-passeio-ambientalmente-correto-e-relacoes-humanizadas-com-animais.ghtml


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