No Sertão Pernambucano, estiagem de quase 6 meses compromete abastecimento de água e lavouras
14/10/2025
(Foto: Reprodução) Seca extrema no Sertão de Pernambuco já afeta mais de 1,5 milhão de pessoas
No Sertão Pernambucano, o céu limpo virou motivo de preocupação.
Quase seis meses sem chuva significativa. A estiagem prolongada compromete o abastecimento de água e as lavouras. A Caatinga está cinza e o pasto sem vida. O cenário se repete em várias cidades do interior de Pernambuco, em uma das secas mais severas dos últimos anos.
Em 2024, a seca afetou 604 mil pessoas. Em 2025, o número de atingidos ultrapassa 1,5 milhão. O estado decretou emergência em 107 municípios. A agricultora Maria do Socorro da Silva gasta cerca de R$ 300 por mês para comprar água:
“A gente está nessa rotina de depender de carro-tanque, pagar. Tira do sustento para poder botar na cisterna, para ter água, para a gente, para os bichinhos”, conta.
Segundo o governo federal, a Operação Carro-Pipa está atuando em mais de 300 municípios do semiárido. E só em Petrolina, em 2025, foram investidos mais de R$ 2 milhões na distribuição de água à população.
Sem pasto, o mandacaru queimado e triturado vira ração.
“Dá para comer um bocado de dias, dá para comer, passar uns 30 dias para frente”, afirma o agricultor Jenivaldo da Silva.
A última chuva boa na caiu em abril. Com a estiagem prolongada, os reservatórios estão em situação crítica. Em um barreiro, a pouca água que resta vai matar a sede dos animais só por mais alguns dias. Previsão de chuva no sertão Pernambucano só a partir dezembro.
“A gente tem essa fé que daqui para dezembro ela chegue. Ninguém sabe se chega ou não, mas essa fé a gente tem, em Deus, que ela venha”, diz um agricultor.
Seca extrema no Sertão de Pernambuco já afeta mais de 1,5 milhão de pessoas
Reprodução/TV Globo
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