'Crime da 113 Sul' pode prescrever? Condenação de Adriana Villela foi anulada 16 anos depois do triplo homicídio no DF

  • 04/09/2025
(Foto: Reprodução)
Ministério Público vai recorrer da decisão do STJ que anulou a condenação de Adriana Villela, pela morte dos pais e da empregada da família O "Crime da 113 Sul" completa 16 anos em 2025, e a anulação da condenação de Adriana Villela pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) levantou uma nova dúvida: o caso pode prescrever? Segundo o Ministério Público do Distrito Federal, pelo status atual, o processo pode prescrever em 2030 se não houver novos andamentos (entenda mais abaixo). Para entender melhor esse cenário, o g1 e a TV Globo conversaram com o presidente da Comissão do Júri da OAB-DF, Álvaro Assis, e com o advogado criminalista e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) Olavo Hamilton. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp. Adriana é acusada de ser a mandante do triplo homicídio que ocorreu em um apartamento na Asa Sul, área nobre de Brasília, em agosto de 2009. O caso é um dos mais emblemáticos da história do Distrito Federal e chegou a virar série documental no Globoplay. Crime da 113 Sul: quem é Adriana Villela, acusada de mandar matar os próprios pais O que diz a lei? O Código Penal determina que, quando a pena máxima é superior a 12 anos – no caso de Adriana, a condenação havia sido de 61 anos e 3 meses –, o prazo de prescrição é de 20 anos se o processo não transitar em julgado. 🔍 Transitar em julgado significa que a decisão judicial se torna definitiva, sem possibilidade de novos recursos. Com a decisão do STJ, Adriana voltou a ser ré. Isso significa que um novo juiz de primeira instância vai assumir o caso – e decidir se revalida ou pede a produção de novas provas, e também se convoca novo júri popular. Adriana Villela no documentário 'Crime da 113 Sul' TV Globo Prazo para prescrição do caso é 2030 Segundo o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), não há risco imediato de prescrição. A promotoria afirma que o último marco interruptivo da prescrição foi em 2010, quando a denúncia foi aceita. Por isso, o processo só prescreveria em 2030. Isso só vai acontecer se, até lá, não houver uma nova decisão de pronúncia – ou seja, um reenvio do caso ao tribunal do júri. Se uma decisão desse tipo for dada, o prazo recomeça do zero. Entenda melhor: 📌 Marco interruptivo é qualquer movimentação no processo que reinicie a contagem do prazo de prescrição. Alguns exemplos são: recebimento da denúncia, publicação da sentença e início do cumprimento da pena. 📌Pronúncia é a decisão do juiz que manda o réu para o Tribunal do Júri, em vez da análise por juízes. Isso acontece em processos de crimes dolosos contra a vida, como homicídio, infanticídio, aborto e induzimento ou auxílio ao suicídio. A decisão de pronúncia é um marco interruptivo. Em resumo, mesmo com a condenação anulada, Adriana continua ré e o processo segue em andamento. O crime foi cometido em 2009, mas o último marco interruptivo que segue válido (após a anulação definida pelo STJ) é o recebimento da denúncia em 2010. 🔍 Se houver uma nova pronúncia em 2029, por exemplo, o prazo volta a ser contado do zero e a prescrição só ocorreria em 2049 — isso se não houver outro marco interruptivo. Segundo o presidente da Comissão do Júri da OAB-DF, Álvaro Assis, a anulação da condenação ainda pode ser reavaliada no Supremo Tribunal Federal (STF), caso o Ministério Público entenda que houve alguma infração constitucional e recorra. Infográfico - Veja linha do tempo do Crime da 113 Sul na Justiça Arte/g1 Condenação cancelada Julgamento dos recursos do crime da 113 Sul é retomado Nesta terça-feira (2), por 3 votos a 2, o STJ anulou a condenação de Adriana Villela. A Corte entendeu que houve cerceamento da defesa, uma vez que parte dos depoimentos recolhidos pela polícia só foi apresentada durante o julgamento. 📌 Entenda quais são os próximos passos após a anulação. Adriana tinha sido condenada por três assassinatos: do pai, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela; da mãe, Maria Villela; e da empregada da família, Francisca Nascimento. Em 2019, o tribunal do júri sentenciou Adriana Villela a 67 anos e 6 meses de reclusão pelo assassinato das três pessoas. A pena foi definida em 67 anos e 6 meses em 2019 e, em segunda instância, reduzida para 61 anos e 3 meses em 2022. Ao longo do processo, a defesa afirmava que Adriana Villela é inocente. Já o Ministério Público do Distrito Federal pedia a execução imediata da pena de Adriana Villela. Globoplay mostrou depoimentos Os vídeos dos depoimentos dos executores do crime foram gravados em 2010 na Corvida, a antiga Coordenação de Repressão de Crimes contra a Vida. No entanto, segundo o processo, só foram disponibilizados aos advogados de Adriana em 29 de setembro de 2019, próximo do final do júri dela. 📌 Os vídeos desses depoimentos foram exibidos em primeira mão no documentário "Crime da 113 Sul", lançado pelo Globoplay em fevereiro deste ano. Crime da 113 Sul ganha série documental no Globoplay Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.

FONTE: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2025/09/04/crime-da-113-sul-pode-prescrever-condenacao-de-adriana-villela-foi-anulada-16-anos-depois-do-triplo-homicidio-no-df.ghtml


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