Enel não da previsão de retorno da energia
- 12/10/2024
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A Enel evitou estimar um prazo para uma retomada total do fornecimento de energia na capital e na região metropolitana de São Paulo depois que um forte temporal na noite de sexta, 11, provocou caos na capital e em outras cidades do Estado, deixou cerca de 2,1 milhões de paulistanos sem luz e outros tantos sem água e matou pelo menos cinco pessoas.
Na manhã deste sábado, 12, cerca de 1,6 milhões de imóveis ainda estavam sem energia, o que representa cerca de 20% de clientes da concessionária, que disse, em coletiva de imprensa no final da manhã, que ainda está contabilizando os danos à rede. Segundo ela, a equipe que atua para resolver os problemas foi ampliada e técnicos do Ceará e do Rio de Janeiro estão a caminho de São Paulo para ajudar.
A promessa da Enel é de atualizações as informações a cada duas horas.
Ao menos uma morte foi confirmada na capital paulista, em Campo Limpo, na zona sul, onde a queda de uma árvore atingiu uma barraca de uma feira realizada dentro de um condomínio. Além do óbito, uma pessoa ficou ferida e foi encaminhada para um pronto-socorro da região.
Ao todo, foram registradas ao menos cinco mortes. Em Bauru, três pessoas morreram. No local, uma mulher, uma criança e um idoso foram atingidos pela queda de um muro. Em Diadema, foi registrado um óbito em decorrência da queda de uma árvore.
O que aconteceu
O apagão ocorreu após temporal com vendaval atingir a Grande São Paulo entre o fim da tarde e o início da noite de sexta-feira, 11. Mais de 2,1 milhões de imóveis foram impactados, dos quais cerca de 500 mil tiveram o fornecimento retomado até a manhã deste sábado.
Bairros afetados
Segundo a Enel, os bairros mais afetados são Jardim São Luís, Pedreira, Campo Limpo, Jabaquara, Santo Amaro, Vila Andrade e Ipiranga, na zona sul, Pinheiros, na zona oeste. Um dos principais danos identificados foi em uma rede de alta tensão na região oeste, atingida por uma árvore de grande porte. Uma das justificativas é que os ventos foram recorde, acima do que esperavam para o temporal de sexta.
O que a Enel diz
"Continuamos trabalhando de forma ininterrupta e incansável para ter melhor infraestrutura e recuperar o mais rápido possível", afirmou Guilherme Lencastre, presidente da Enel, na coletiva de imprensa. Sobre a falta de perspectiva para resolver a situação, ele disse que "é preciso ter dimensionamento melhor".
A concessionária ressaltou estar com 500 geradores, a serem disponibilizados para serviços e clientes essenciais, como hospitais e pessoas eletrodependentes. E disse estar com 1,7 mil técnicos em campo e "conversando com concessionárias vizinhas".
Além da capital, também foram muito afetadas Taboão da Serra, Santo André, Cotia, Diadema e São Bernardo do Campo.
Ao menos 17 redes de alta tensão foram afetadas, das quais cinco foram restabelecidas e 12 foram parcialmente restabelecidas. Na zona oeste, uma árvore de grande porte teria afetado uma rede de alta tensão.
Lencastre afirmou que a concessionária está mais preparada do que estava em novembro do ano passado, quando parte da população chegou a ficar cerca de uma semana sem fornecimento sem energia. "É claro que eventos extremos vieram e vão continuar acontecendo. Precisamos estar bem preparados. Neste ano, estávamos mais preparados. A nossa prontidão foi maior", alegou. "Mas os efeitos foram, de fato, muito relevantes."
A Enel recebeu mais de um milhão de chamados, segundo o residente.
Falta de água
Segundo a Sabesp, o apagão também afetou o fornecimento de água para diversas cidades da região metropolitana da capital, como na cidade de São Paulo, em São Bernardo do Campo, São Caetano, Santo André e Cotia.
"Estações elevatórias e boosters (equipamentos que transportam a água para locais mais altos) foram prejudicadas e a concessionária de energia foi acionada", apontou em nota.
Os bairros com possibilidade de impacto são:
Capital: Vila Formosa, Jardim São Luiz, Capão Redondo, Morumbi, Americanópolis, Vila do Encontro, Parque Bologne, Interlagos, Grajaú, Parelheiros, Sapopemba, Cursino, Jardim Marilda, Vila Clara, Vila Romana, Ipiranga, Vila Jaguara, Pirituba, Parque Anhanguera, Vila Maria e Jaraguá.
Santo André: Vila Progresso, Miguel Ângelo, Vila Suíça, Gerassi e São Jorge.
São Caetano: Vila Gerty
São Bernardo do Campo: Vila Planalto e Nova Petrópolis.
Cotia: Jardim Atalaia
Cajamar: Jordanésia e Parque São Roberto.
Quedas de árvores
O Corpo de Bombeiros registrou 142 chamados por quedas de árvores. Em rede social, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) divulgou um balanço parcial de ao menos 174 locais com quedas de árvore que precisavam de ação da Enel e 118 semáforos apagados.
Foram registrados ventos de 88,9 km/h no aeroporto do Campo de Marte, em Santana, na zona norte, e de 87,3 km/h, na Lapa, na oeste, segundo os pontos de medição da Prefeitura. Segundo o Estado, os registros chegaram 107,6 km/h.
Na capital, uma queda de árvore atingiu um ônibus na Rua Anísio de Abreu, na Vila Cisper, na zona leste, mas não deixou vítimas, de acordo com a Defesa Civil do Estado.
Não há previsão de novos temporais neste fim de semana, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE), da Prefeitura.
Wesley Fawsitt
17/10/2024
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